Para mim, Sex and the City é uma das piores coisas do entretenimento. Porém, numa outra época, fui fã da série original e graças a Carrie Bradshaw vislumbrei uma carreira que nunca conseguiria seguir: ganhar dinheiro para escrever. Quando assisti Marley & Eu no cinema (logo após descobrir Sex and the City) foi a mesma coisa. Ver John Grogan receber para escrever colunas diárias sobre sua vida me fez querer o mesmo destino.
Mesmo não ganhando um centavo, treinar a escrita de colunas todo santo dia era o que eu devia ter feito no Desafio 300 da comunidade d’O Novo Mercado. De forma bem resumida, O Novo Mercado é ou era uma escola de marketing digital, e o Desafio 300 era um exercício de constância, proposto durante a 300ª aula da escola, onde qualquer pessoa poderia fazer um post diário detalhando sua trajetória no trabalho.
Pelo que me lembro da aula, não havia um número exato que marcaria a conclusão do desafio, até porque Ícaro (o fundador da escola), quando jogou o desafio para o público, sabia que as pessoas desistiriam logo após os primeiros posts. E assim foi.
Do momento em que entrei na Comunidade, até o momento em que me desliguei dela definitivamente, vi diversas pessoas postando o primeiro post do Desafio 300. Algumas faziam por uma semana, outras por um mês, teve gente que apenas sumiu depois de quase ~200~ dias. Não era fácil estar presente ali diariamente, mas como a ideia de um desafio é exigir que você faça algo desconfortável, tentávamos.
Até onde sei, apenas 3 pessoas conseguiram passar a marca do 300º post: Filipe, Fiamma, & eu. Foram mais de trezentos dias contando os altos e baixos de nossas vidas enquanto fazíamos amizade com outros membros e víamos muita sujeira acontecer por detrás das cortinas da escola. Considero que esse foi sim um excelente exercício para praticar a escrita, mas também trouxe vícios que até hoje luto para me desvencilhar.
Passei mais de um ano escrevendo crônicas sobre a minha vida nesse desafio, e quando ele acabou, e decidi focar no Substack e no blog, eu não conseguia escrever outra coisa que não fossem as crônicas diárias, porque na minha cabeça o único jeito de fidelizar a audiência era narrando minha rotina e continuando a contar o que acontecia nela para criar uma continuidade como se fosse uma novela. O Desafio 300 era o meu trabalho dos sonhos, só não tinha a remuneração, e falhei miseravelmente na missão. Falhei porque não me dediquei como sei que poderia, e por não ter feito nada nesse ínterim para impedir que as crônicas que eu tanto queria escrever dominassem meu estilo narrativo. Poucas vezes lá escrevi sobre algo que não fosse o Desafio 300, e aqui estou eu, de novo, escrevendo sobre o mesmo assunto. Tem coisas que não mudam (incluindo o tamanho dos meus textos, que raramente passam de 500 palavras).
abaixo: momentos aleatórios que aconteceram comigo na última semana




that’s all for today, folks